segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Capturei certo dia um pássaro pequeno e frágil, e me encantei com a posse"


Possuir, porém, não era importante
Importante era ter
A sensação de haver
Um sentimento maior
Que me levasse do inferno ao céu
E julguei, por julgar eterno
Mas, as coisas das pessoas são assim:
Instáveis, passageiras, sem raízes
Ainda mais quando se fala de promessas,
De sonhos de amor
É... falou de amor fica difícil
Fixar tudo num gesto,
Pois no amor nada existe de concreto
Mas ele tem um sol
Que não sei de onde vem
Corando de vergonha ou de saudade
Vergonha por ter sido descoberto
E se esconde na paixão
Saudade por ter ido tão depressa
Na fantasia de dois corpos
Iluminou um dia, ilumina de novo se quiser
Porém, a mesma cena nunca se verá de novo
Passou, passa e passará sempre
Enquanto existir a natureza que nos faz dizer:
"Isto é certo", sem certeza
Assim, passou por mim um dia
E arrebatou-me para bem longe, e não lutei
Pois sem querer,
Era isso que eu queria

Pressentimento

Sinto que nosso amor se vai
Gota a gota lentamente
Num latejar inalterável de agonia
Assim como a escuridão saindo
Ao lento alvorecer de um novo dia

Sinto que nosso amor se vai
Nas promessas loucas, nos sonhos
A paixão era desmedida
Assim como o mel que nos adoçava a vida

Sinto que nosso amor se vai
A despeito dos momentos que tivemos:
Doces, ternos e cheios de desejo
Assim como o lábio ao perder o calor da boca que se afasta após um beijo

E quando afinal, o amor se for todo
Lhe seremos gratos na partida
Por ter dado cor ao nosso mundo
E nos ter enchido de alegria